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Downton Abbey (2010)
81%
Avaliação dos usuários
Sinopse
Criado Por:
Julian FellowesFilipe Manuel Neto
Escrita em 2 de Setembro de 2019**Vai ser difícil fazer melhor do que isto.** Que posso eu dizer? Desde que vi a primeira temporada que sou um fã incondicional de Downton Abbey. Acho que é uma das séries mais historicamente precisas e requintadas dos últimos anos. Ao longo de seis temporadas, acompanhamos a vida e as peripécias da família Crawley, que habita Downton Abbey há gerações. Também acompanhamos a vida dos criados da casa, com todas as suas desavenças, ambições de subir na vida e deixar para trás o serviço na casa grande. E é raro encontrar uma série com tanto respeito e apreço pelo rigor histórico como esta demonstrou ao longo das seis temporadas. Foi feito um enorme esforço para tornar real o período histórico em que tudo acontece, e que não ultrapassa os quinze anos (1912-1926). Um curto período de tempo dilatado entre os seis a sete anos em que a série esteve no ar, o que permitiu que o envelhecimento natural do elenco dispensasse artifícios de maquilhagem para forjar o envelhecimento das personagens. O roteiro, criado e escrito por Julian Fellowes, é interessante e aborda bem temas quentes daquele período histórico: o afundamento do Titanic, a Primeira Guerra Mundial, a viragem política da Rússia, a ascensão do Nazismo, a emancipação da mulher, a perda de influência das famílias aristocráticas etc. Nós realmente conseguimos ver como tudo isso foi modificando a sociedade, a vida política, a mentalidade. Sentimo-nos transportados para aquela época, para vermos como aquela família nobre tinha um modo de vida ameaçado de extinção pelo rápido avanço dos tempos. Temas sérios, de facto, mas abordados de maneira leve e com espaço para momentos de humor perfeitamente britânico, a cargo de personagens fortes como Violet, que é contra tudo o que seja moderno, e Mrs. Pattmore, sempre com uma língua afiada. Aqui não há vilões... apesar de alguns antagonistas clássicos que aparecem em determinadas temporadas (é o caso da ex-mulher de Bates) aquele que mais se aproxima de um vilão é o primeiro-lacaio, Thomas Barrow, muito embora a última temporada seja uma verdadeira redenção para a personagem. Além dele, temos algumas situações onde personagens geralmente boas ou neutras se antagonizam entre si. É o caso das irmãs Crawley, onde impera a rivalidade e o rancor mútuo, ao mesmo tempo que os laços de sangue as unem, ou ainda o caso de Violet e de Isobel, que nutrem um amor e ódio mútuos. O elenco é excelente e está de parabéns. Maggie Smith, uma veterana, nunca nos desaponta personificando a perfeita dama vitoriana. Hugh Bonneville foi perfeito no papel de Robert. Laura Carmichael e Michelle Dockery são incríveis nos papéis das irmãs Crawley. Jim Carter é o mordomo perfeito e faz um excelente par com Phyllis Logan. Uma palavra de apreço, também, para Elizabeth McGovern, Jessica Findlay, Brendan Coyle, Joanne Froggatt, Robert James-Collier, Sophie McShera, Lesley Nicol, Penelope Wilton, Kevin Doyle, Allen Leech, Siobhan Finneran, Dan Stevens, Lily James, Jeremy Swift, Sue Johnston e Zoe Boyle. Com uma produção elegante e uma fotografia suave, cenários magníficos (a escolha de Highclere Castle foi acertadíssima e tornou a casa uma personagem adicional à trama, o que prova que eu tenho razão quando defendo as filmagens em locação ao invés do uso abusivo da tela verde, que se tornou comum no cinema) e figurinos detalhados e cuidadosamente elaborados, Downton Abbey é uma verdadeira máquina do tempo. Grandiosa, magnífica, é certamente uma das melhores séries televisivas de época desta década.
5000 Caracteres Restantes.