Batman & Robin (1997)

Filipe Manuel Neto

Escrita em 18 de Fevereiro de 2018

**Puro lixo.** Este filme é o tão esperado final da franquia original "Batman", iniciada por Tim Burton e continuada por Joel Schumacher ao longo dos anos Noventa. E eu digo que ele foi muito esperado pelas piores razões: foi uma franquia tão má que queria mesmo que acabasse. E mais uma vez, à imagem do filme anterior, o desastre acontece. Se nós pensávamos que a franquia já estava no fundo do poço, descobrimos que o poço afinal tinha cave por baixo. Joel Schumacher mantém-se aos comandos, mas tudo o resto volta a mudar mais uma vez. Chris O'Donnell é umas das poucas repetições, mantendo-se no papel de Robin, porque tudo o resto muda e a aposta vai, claramente, pela contratação de "pesos pesados" para o elenco: ele é Uma Thurman, ele é Schwarzenegger, ele é George Clooney... o que não faz um actor quando o cachê é bom! Foi dinheiro alto para estes senhores, mas mesmo assim não sei se eles, olhando para trás, não vieram a arrepender-se por terem participado em semelhante imundície. E o pior é que a culpa não é deles. Eles são todos bons actores, mas não é um bom elenco que faz um bom filme. Precisamos de um bom roteiro e um bom director que os faça suar as estopinhas quando necessário... e a verdade é que este director já tem diploma de incompetente e o roteiro é tão infeliz que, sinceramente, prefiro nem falar nisso. Apenas digo que teria melhor utilidade como papel higiénico. Este filme está além da compreensão e do bom gosto: os maus momentos de humor existentes são lamentáveis, os cenários são absurdos, as roupas são risíveis, a fotografia é amadora e a interpretação dos actores, que tentam o quanto podem, depende tanto do material que lhes é dado que eles, não podendo fazer milagres, parecem perdidos, confusos, "cada um por si", representando as suas personagens de acordo com os seus próprios critérios individuais, sem qualquer orientação. Na minha opinião, o fim da franquia só peca por tardio. Foi a melhor coisa a fazer porque começou mal, e tudo o que nasce torto raramente se endireita. Mas o facto é que foi uma mina de ouro para a Warner Brother's, foi um sucesso relativamente bem gerido comercialmente e esteve durante quase quinze anos na moda. Ainda me lembro, nos idos de 2000, 2001 etc., das exibições regulares que se faziam na televisão, por vezes ao longo de um mês, com cada um destes filmes a passar a um sábado ou domingo, em horário nobre. Foi necessário o ano de 2005, e o arranque da mais recente trilogia "Batman", para tudo isso ser posto para trás das costas, dando à personagem uma reabilitação cinematográfica mais do que merecida.