1492 – A Conquista do Paraíso

1492 – A Conquista do Paraíso (1992)

09/10/1992 Ação, Aventura, Drama, História 2h 34min

62%

Avaliação dos usuários

play Reproduzir trailer

Sinopse

Vinte anos da vida de Cristóvão Colombo, desde quando se convenceu de que o mundo era redondo, passando pelo empenho em conseguir apoio financeiro da Coroa Espanhola para sua expedição, o descobrimento em si da América, o desastroso comportamento que os europeus tiveram com os habitantes do Novo Mundo e a luta de Colombo para colonizar um continente que ele descobriu por acaso, além de sua decadência na velhice.

Iain Smith

Produtor Executivo

Marc Boyman

Produtor

Alain Goldman

Produtor

Mimi Polk Gitlin

Produtor Executivo
Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 28 de Junho de 2018

**Épico, mas sem grande interesse pelos factos históricos.** Este filme aborda a viagem em que Cristóvão Colombo alegadamente descobriu a América. Todos conhecemos esta viagem das nossas aulas de história: o navegador genovês que, ao serviço da Coroa de Castela, descobriu a América numa tentativa frustrada de atingir as Índias navegando para Ocidente. Contudo, sobre Colombo e a sua viagem existem ainda uma série de controvérsias históricas, em que os autores e historiadores debatem e discordam. Para alguns, Colombo era castelhano e não genovês; para outros, era natural da Sardenha, então parte da Coroa de Aragão; uns poucos chegam mesmo a defender que ele era português. Muito mais seguras são as hipóteses de não ter sido Colombo a descobrir a América... com efeito, o italiano Américo Vespúcio reclamou para si a honra, e até baptizou o novo continente com o seu próprio nome e, vinte anos antes de Vespúcio ou Colombo pisarem terras americanas, já os navios do português João Vaz Côrte-Real haviam explorado as costas da Terra Nova e do Canadá, sem que o navegador se apercebesse que estava a pisar um continente totalmente novo. O filme, todavia, não explora nenhuma destas hipóteses e mantém-se preso à "versão canónica" dos acontecimentos, talvez por a considerar mais segura. Mesmo assim, não foi capaz de fugir aos erros históricos mais básicos, a maioria deles por falta de conhecimento da época, da mentalidade reinante e, parece-me, por ninguém daquela produção ter lido ou consultado os diários de bordo de Colombo. Com efeito, Colombo morreu a pensar que tinha chegado à Índia e nunca se apercebeu da descoberta que fez. Da mesma forma, os Reis Católicos apenas lhe deram financiamento porque sabiam, por fonte segura (a qual incluía, certamente, a espionagem aos vizinhos portugueses), que havia muitas terras na região por onde Colombo iria navegar... tudo bem! Eu sei que isto é um filme e não um documentário. Mas há um limite entre criar uma história com base em factos históricos e passar por cima desses factos. Nestes pontos, o rigor e o respeito pela história falharam, como falharam ainda na forma como certas cenas foram pensadas. Observem os detalhes. Todas aquelas bandeiras coloridas em toda a parte por exemplo... é simplesmente inverosímil e só foi aceite pelo director porque parecia bem visualmente. A interpretação de Depardieu não é má, mas o sotaque que ele usa estragou um pouco a performance do actor. A forma como os índios foram retratados também parece incorrecta e altamente estereotipada. Mesmo assim, o filme vale a pena porque é cinematograficamente belo, tem cenas épicas e retrata bem o esforço e a ousadia de quem se aventurou pelos mares naquela época. Uma coisa que não posso deixar de salientar: a extraordinária banda sonora de Vangelis, que se tornou um ícone da música para o cinema e é um dos valores mais elevados da produção deste filme.