Adeus, Lênin!
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Adeus, Lênin! (2003)

13/02/2003 Comédia, Drama 2h 1min

76%

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Ele contou a melhor mentira da história!

Sinopse

A mãe de Alexander, fiel devota do socialismo na antiga Alemanha Oriental, tem um ataque cardíaco ao ver o filho em uma passeata contra o sistema vigente. Quando ela acorda do coma, após a queda do muro de Berlim, o médico aconselha a Alexander que ela evite emoções fortes, pois outro ataque tão cedo seria fatal. Com o peso na consciência pelo estado atual de sua mãe, Alex faz de tudo para que ela continue vivendo em uma ilusória Alemanha socialista, mudando embalagens de produtos industrializados e até mesmo inventando documentários televisivos para preencher as brechas do dia-a-dia do recente capitalismo no país.

Críticas
Victor Carvalho

Victor Carvalho

Escrita em 12 de Março de 2017

Uma comédia alemã estrelada pelo excelente Daniel Brühl que conta a história de um jovem garoto que mora na Alemanha Oriental. Sua mãe uma grande devota do socialismo sofre um ataque cardíaco e sobrevive, porem agora não poderá sofrer grandes emoções e para piorar a situação o Muro de Berlim, a Alemanha Oriental e o socialismo cairam. É a partir deste ponto que o filme começa a focar nas coisas que o jovem tem que fazer para enganar a sua mãe, fazendo a pensar que ainda estavam em pleno socialismo, quem sabe com muita sorte ela nunca descobrir a verdade e não ter outro problema de saúde ou até morrer. O q=mais legal do filme são as soluções super inventivas que o garoto tem junto com o seus amigos para enganar sua querida mãe. filme nota dez, que deve ser assistido por quem gosta de uma comédia inteligente, filmes alemães, e para saber mais sobre esse período histórico.

Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 3 de Setembro de 2019

**Uma bela obra de cinema que merece continuar a ser vista e apreciada hoje em dia.** A Guerra Fria foi marcada, no plano europeu, pela "cortina de ferro", que incluiu a divisão da Alemanha em duas metades: a Alemanha Ocidental, ou República Federal da Alemanha, e a Alemanha Oriental, ou República Democrática Alemã, alinhada com a URSS. A divisão existiu até à queda do Muro de Berlim e dividiu famílias, culturas, mentalidades e modos de vida. Neste filme, um jovem decide fingir que a Alemanha Oriental ainda existe, meses depois da reunificação, para poupar a sua mãe, uma ferrenha socialista que acaba de acordar de um coma. Estamos perante uma verdadeira obra-prima do cinema. É um daqueles filmes divertidos e inteligentes que vemos uma vez e já queremos voltar a ver assim que ele acaba. Porém, não é exactamente uma comédia, ou pelo menos não o é na sua totalidade. O filme possui algum drama e a história daquela família, em especial daquela mulher, é verdadeiramente dura, difícil e paradigmática de um mundo em mudança e um choque cultural e geracional. Aquela mãe representa bem o passado e as dores de quem viveu debaixo de uma ditadura, com dificuldades e amarguras a que teve de dar a volta, ao passo que os seus filhos emancipados, independentes, criativos e irreverentes conseguem encarnar muito bem as aspirações de uma geração que está ansiosa por mudanças, cansada de décadas de imobilismo forçado. Uma outra coisa que salta aos olhos é a rapidez com que tudo muda, a forma quase dramática e bruta com que a RDA cai e se ocidentaliza. O elenco é constituído por ilustres desconhecidos para mim, que não sou um conhecedor do cinema alemão, mas acho que todos estiveram à altura do desafio e cumpriram muito bem com o que lhes era pedido. O director, Wolfgang Becker, conseguiu com este filme a sua obra maior enquanto cineasta, e será difícil batê-la. A nível técnico, eu destaco especialmente a fotografia cuidada, os bons ângulos de câmara, a forma como brincou com a cor, a luz e a sombra, a maneira inteligente como aproveitou retalhos de notícias televisivas daquela época e material original de arquivo. Também não posso deixar de destacar a extraordinária banda sonora original, composta por Yann Tiersen, que se havia notabilizado dois anos anos com a banda sonora de "Amelie", e que volta a merecer aplausos com o seu trabalho aqui. Nomeado, com toda a justiça, para o Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (que perdeu para um filme afegão), custa a crer como nem sequer foi nomeado para o Óscar na mesma categoria. Quem souber explicar Hollywood, que o faça! De qualquer modo, quem precisa de prémios? Este filme conseguiu a imortalidade pelo seu mérito e pela sua qualidade, ao passo que muitos dos que recebem prémios acabam esquecidos poucos anos mais tarde.