A Dupla Vida de VĂ©ronique

A Dupla Vida de VĂ©ronique (1991)

15/05/1991 ‱ Drama ‱ 1h 38min

75%

Avaliação dos usuårios

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Sinopse

Veronika vive na PolÎnia e Veronique vive na França. Essas duas mulheres aparentemente não tinham nenhuma relação, até que a vida de uma impacta a da outra.

Krzysztof Kieƛlowski

Diretor

Leonardo De La Fuente

Produtor

Krzysztof Piesiewicz

Escritor
CrĂ­ticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 29 de Maio de 2023

**Um filme pessimista, algo negativo e triste, sobre (talvez) duas versĂ”es da mesma pessoa.** Resolvi ver este filme pouco tempo depois de ter visto a trilogia das cores, do mesmo director, o polaco Krzysztof Kieslowski. O tema do filme Ă© a vida de duas mulheres, a francesa Veronique e a polaca Weronika. SĂŁo sĂłsias uma da outra, vivem vidas semelhantes, tĂȘm aspiraçÔes muito idĂȘnticas e um percurso de vida parecido. Poder-se-ia dizer que sĂŁo irmĂŁs gĂ©meas ou versĂ”es da mesma pessoa! Todavia, as duas nĂŁo se conhecem e nem sequer presumem a existĂȘncia uma da outra. NĂŁo me atrevo – e seria muito incorrecto – a dizer mais, mas o que sucede a uma delas afecta a outra, de modo inexplicĂĄvel. NĂŁo Ă©, todavia, um filme feliz ou optimista. Kieslowski faz um trabalho interessante num filme que marca a sua expansĂŁo para fora do seu paĂ­s, para o cinema internacional. AtĂ© entĂŁo, ele havia feito carreira apenas na PolĂłnia, e muito Ă  custa de documentĂĄrios e da televisĂŁo nacionais. A cor Ă© fundamental no filme, como sucede em boa parte da sua obra, e muito especialmente na sua famosa trilogia. SĂł que, ao contrĂĄrio do que sucede nesses trĂȘs filmes, as cores sĂŁo largamente esbatidas aqui, atravĂ©s do uso quase permanente de filtros que a reduzem a um bronzeado, quase sĂ©pia. Assim, a cinematografia procura falar-nos por via da cor e do enquadramento, e acaba por se relacionar intima e intensamente com a mĂșsica e o som, criando uma atmosfera onĂ­rica que sĂł parece excessiva pela sua omnipresença. Da banda sonora, destacaria especialmente uma passagem cantada, ao melhor e mais honesto estilo lĂ­rico ou operĂĄtico, mas indubitavelmente composta para o filme. O papel principal (ou melhor, os dois papĂ©is principais) sĂŁo assegurados por Irene Jacob, jovem e confiante, segura de si e da sua habilidade para a tarefa em mĂŁos. Este filme abriu-lhe portas e permitiu-lhe uma carreira muito mais notĂĄvel do que teria sido de outro modo, acho. PorĂ©m, Ă© a Ășnica actriz de relevo neste filme. Tudo o resto sĂŁo actores de apoio, que aparecem de uma forma relativamente fugaz para fazer o que precisa de ser feito.