Halloween – A Noite do Terror
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Halloween – A Noite do Terror (1978)

24/10/1978 Terror, Thriller 1h 31min

76%

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A noite em que ele voltou para casa!

Sinopse

Na noite de Halloween de 1963, Michael Myers, de seis anos, assassina brutalmente sua irmã. Preso em uma instituição para doentes mentais sob os cuidados do dr. Sam Loomis, Michael cresce apenas para odiar. Em outubro de 1978, ele foge do hospital, seguido pelo dr. Loomis, que sabe que Michael vai matar novamente. O psicopata passa a perseguir a adolescente Laurie Strode e seus amigos, e prepara seu ataque mortal para a noite de Halloween.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 1 de Novembro de 2023

**Um filme competente, com um assassino que não parece assim tão feroz quando lemos o que vem nos jornais diários.** Bem, antes de escrever a resenha deste filme tenho de fazer uma declaração de interesse que julgo oportuna: eu detesto absolutamente o Halloween, é um dos dias do ano que não suporto. Não é uma festividade que pertence à minha cultura, é totalmente estranha à tradição dos portugueses, e uma desculpa esfarrapada para adolescentes vadios irem às casas de estranhos, a horas inadequadas, importunar quem está sossegado na sua vida. Já tive de expulsar um grupo com alguma brutalidade e não duvido que, um dia, ainda vou ter problemas por causa desta estupidez. Além disso, para os católicos, o dia festivo é o dia a seguir, 1º de Novembro, quando a Igreja comemora Todos os Santos. Seja como for, é uma boa data para ver filmes de terror na TV, e ontem calhou-me ver o filme que hoje me traz aqui. Dirigido por John Carpenter, um director que se tornou um ícone do cinema de terror clássico, o filme de baixo orçamento tornou-se num sucesso, arrecadou uma autêntica fortuna e, com o tempo, tornou-se num clássico do slasher, um tipo de terror que eu, confesso, não aprecio particularmente. Carpenter dirige com a habilidade que lhe é reconhecida e faz um trabalho excelente no que concerne à criação e modelação do ‘suspense’ e da tensão atmosférica. O director fez um uso criterioso da iluminação e da cinematografia, e os efeitos visuais e sonoros têm um efeito verdadeiramente inteligente e pragmático. Os cenários são convincentes, tal como os figurinos, e a banda sonora é atmosférica e icónica. Mesmo quem nunca viu o filme reconhecerá facilmente a banda sonora que lhe está associada. Infelizmente, não creio que o filme funcione tão bem no que diz respeito ao ritmo: a primeira metade não é rigorosamente interessante, há muitas cenas que não me parecem ter grande interesse e que só servem para esticar a duração geral da película. Apesar de Michael ser o vilão indestrutível e a personagem central de toda a trama, não é um papel que seja desafiador e que mereça um actor credenciado. Escondido atrás de uma máscara, é um vilão que não carece de bons actores, apenas precisa de parecer algo imbatível. Jamie Lee Curtis acaba, assim, por ser a principal actriz do elenco, tornando a jovem Laurie uma adolescente minimamente credível e que não se limita a gritar e fugir histericamente sempre que pode, ainda que o faça muitas vezes. Donald Pleasance teve menos sorte: o actor é competente, mas a personagem é um médico histérico que parece acreditar que o seu doente foragido é uma espécie de Anticristo. A reação histriónica não é recebida com seriedade pelas autoridades, e com razão, mas o actor é bom o bastante para tornar a personagem numa coisa de certo modo sólida. O grande problema deste filme é o roteiro: Michael tentou matar a sua irmã de maneira bastante fria quando tinha seis anos. Não teve sucesso, mas mesmo assim foi encerrado num hospício por uma década e o médico passou a considerá-lo como o Mal encarnado? Convenhamos, isto não convence ninguém. Ainda há poucos dias vimos um homem que matou dezoito pessoas no Maine e se suicidou. Se estivesse vivo neste momento, não seria mais temível que Michael Myers? O Vampiro de Düsseldorf, Peter Kürten levou a cabo sessenta e oito crimes e violou, mutilou e matou mais de uma dúzia de meninas adolescentes, com requintes de crueldade. Não seria muito mais credível como o “Mal”? Sinceramente, a história deste filme fica muito aquém do que vemos nos jornais.