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Superman: O Retorno (2006)
Você vai acreditar que o homem pode voar de novo.
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 20 de Novembro de 2021**Uma nova vida para o Super-Homem.** Depois de um excelente filme inicial, de uma sequela decente e duas outras medíocres, os anos passaram e o cinema esqueceu a figura do Super-Homem. Foi um longo jejum para os fãs, e com o surgimento de uma nova vaga de filmes de grande qualidade com base em personagens dos álbuns de banda-desenhada, o cinema soube, e muito bem, trazer de volta esta personagem ao universo cinematográfico. Creio que nunca será uma figura de proa do cinema, mas mereceu o regresso. Este filme tem a vantagem, ainda, de ser virtualmente uma sequela ao segundo filme, de 1980: aqui, o Homem de Aço teve efectivamente um romance com Lois Lane, e desapareceu quando os cientistas pensaram ter descoberto vestígios do seu planeta natal, para regressar vários anos depois, após ter comprovado que não era verdade. Lois casou-se, o mundo havia esquecido a sua existência… mas ele rapidamente mostra que voltou, ao mesmo tempo que a presença do malévolo Lex Luthor volta a fazer-se sentir no mundo. O filme não é perfeito… mas vamos ter de concordar com isto: depois do filme de 1978 que fez de Christopher Reeve um actor imortal, este é o melhor filme do Super-Homem, e um filme que vem redimir e actualizar a personagem para uma nova geração. Pessoalmente, penso que a escolha de Brandon Routh para o protagonista não foi a melhor. É um facto que o actor se empenha, tenta fazer o que pode e parece muito bem na figura, morna e um tanto pateta, de Clark Kent… mas ele não tem carisma nem presença, nem impacto para ser o Homem de Aço. Kate Bosworth é igualmente uma bela mulher e uma actriz esforçada, mas a maneira como ela deu vida a Lois Lane é muito branda, e não senti qualquer química convincente entre ela e Routh… nada que indique que há uma “velha chama” entre aquelas personagens, e que houve realmente uma paixão relevante no passado. Muito melhor do que todos eles, Kevin Spacey deu ao vilão, Lex Luthor, uma aura de carisma, intensidade, frieza e cinismo que ficaram bem e que gostei de ver… muito melhor do que a forma algo caricatural com que Gene Hackman interpretou a personagem, nos filmes mais antigos, e que eu mesmo critiquei, atempadamente, nas resenhas que escrevi para eles. E não posso esquecer-me da maneira impecável com que Frank Langella deu vida ao editor do jornal, Perry White. Tecnicamente, o filme tem vários elementos de valor e mostra bem o grande orçamento a que teve direito. Foi sem dúvida um largo investimento dos estúdios, numa era em que o CGI e o uso de efeitos especiais computorizados reina e domina o estilo visual deste género de cinema. Com respeito a isto, o filme tem, de facto, bons efeitos visuais e usa inteligentemente do CGI, criando uma Metrópolis autêntica, com prédios e um horizonte visual que não conseguimos associar a uma cidade que conheçamos (os filmes mais antigos ambientavam-se em Nova Iorque e era, para mim, difícil ver a cidade e pensar numa cidade fictícia). O filme foi muito bem filmado, tem uma cinematografia impecável, com cores vívidas e um bom equilíbrio de luz e sombras. A boa banda sonora, aproveitando a icónica melodia-tema do Super-Homem, também merece ter uma nota francamente positiva. Infelizmente, penso que a edição poderia ter sido melhor, e que é um filme excessivamente longo, que perde tempo e se arrasta em algumas cenas sem que isso se justifique.