Pacto de Sangue
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Pacto de Sangue (1944)

06/07/1944 Crime, Thriller 1h 47min

81%

Avaliação dos usuários

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É amor e assassinato à primeira vista!

Sinopse

Um agente de seguros encontra a atraente (e casada) Phyllis quando vai efetuar um negócio e ambos logo se apaixonam. Phyllis o convence a efetuar um plano para assassinar seu marido após fazer um seguro de vida para ele. O objetivo? Ficar com o dinheiro do seguro. Mas nem tudo dá certo na execução do plano. (Estimado e 14)

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 5 de Março de 2024

**Um magnífico filme ‘noir’, com grandes actores, que teve azar nos prémios e foi eternizado pelo público, sobrevivendo fresco até aos dias actuais.** Eu já tive ocasião, anteriormente, de referir que gosto muito de filmes ‘noir’ e este é mais um que tive o prazer de ver e vou guardar para rever ocasionalmente. Baseado num bom romance policial, o filme é extremamente inteligente, sombrio e bem articulado. Feito em 1944, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, foi nomeado no ano a seguir para sete Óscares (Melhor Filme, Melhor Director, Melhor Actriz, Melhor Roteiro, Melhor Som, Melhor Cinematografia a Preto-e-Branco e Melhor Banda Sonora Original de Comédia ou Drama). Eu naturalmente não era vivo na época, mas imagino que fosse um dos filmes favoritos à gala de prémios desse ano. Curiosamente, e não sem injustiça, perdeu-os todos. Dirigido de maneira muito inteligente e eficaz por Billy Wilder (que foi um dos grandes directores da era dourada de Hollywood), o filme tem uma cinematografia excelente, com uma nitidez e um jogo de luz magníficos que aproveitam o sol, venezianas e outras formas de suavizar a luminosidade quando é preciso. A banda sonora, de Miklós Rózsa, é muito bem aproveitada e atmosférica. O roteiro é excelente e foi feito em cima de uma história dramática muito boa: um agente de seguros é seduzido por uma mulher e, depois, levado a ajudá-la a matar o marido e receber o dinheiro de um chorudo seguro contra acidentes. Acontece que as seguradoras podem ser mais meticulosas que a polícia e, enquanto que as autoridades se satisfizeram com um “acidente”, alguns elementos da empresa não se desinteressam do assunto. Podia ter sido melhor? Talvez se a morte do homem fosse mais nebulosa e o autor do crime não fosse evidente. Fred MacMurray teve, neste filme, a oportunidade de fazer a grande interpretação de toda a sua carreira no cinema. Apesar de ser um actor bom e ter participado em mais projectos, foi este filme que o eternizou e que levou o seu nome a não desaparecer totalmente. Não é uma interpretação perfeita, o actor é um pouco teatral demais por vezes, mas funcionou grandiosamente. O papel da femme fatale foi magistralmente feito por Barbara Stanwick, outra grande actriz que merece aplausos pelo trabalho desenvolvido aqui. Além de ser muito bonita, ela deu à personagem uma aura de perfídia e insensibilidade, e teve um entrosamento excepcional com MacMurray, carregado de tensão e desejo contido. Apesar de estar longe dos holofotes, o elenco secundário faz um trabalho competente: merecem destaque os esforços de Edward G. Robinson e Jean Heather.