2001: Uma Odisseia no Espaço
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2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)

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03/03/1968 Aventura, Ficção científica, Mistério 2h 28min

81%

Avaliação dos usuários

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A viagem definitiva.

Sinopse

Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monólito negro parece emitir sinais de outra civilização, assim interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman e Frank Poole é enviada ao planeta Júpiter para investigar o enigmático monólito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL-9000. Entretanto, no meio da viagem, HAL-9000 entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.

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Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 23 de Dezembro de 2022

**Um filme magnífico, com belas músicas e magníficos visuais… mas presunçoso, vazio e que tem sido imperdoavelmente sobrevalorizado, década após década.** Stanley Kubrick é, para mim, um daqueles directores que, como dizemos em Portugal, “dá uma pancada no cravo, e outra na ferradura”, isto é, tão depressa nos impressiona com um excelente filme, como nos faz duvidar da sua competência com um filme absolutamente patético. Eu sei que os fãs do director me vão crucificar, mas é assim que eu penso, e até digo mais: a cada filme de Kubrick que eu vejo, fico mais convencido que se criou em torno dele uma aura de genialidade “cult” que nem sempre me parece justificada. Adorei alguns dos filmes dele, como “Spartacus”, “Dr. Strangelove”, “Shining” e “De Olhos Bem Fechados”, mas pensar neles e tentar compará-los com “Laranja Mecânica” e “Nascido para Matar” é estranho. Não parecem obra do mesmo director. Lançado nos anos 60, numa época em que a corrida espacial estava no auge e em que o futuro da Humanidade parecia, cada vez mais, estar fora do nosso planeta, o filme aborda a questão da evolução da espécie humana de uma maneira “sui generis”: começa com os macacos e vai até aos primeiros contactos com seres extraterrestres. O filme foi considerado um dos marcos definidores do sci-fi como género cinematográfico próprio, e acredito que isso é algo indiscutível. É também um dos raros filmes sci-fi que parece preocupado em ser cientificamente credível, ainda que não sem falhas que um bom cientista vai perceber (e nós talvez não). Ambientado num futuro hipotético, o filme mostra como seriam as explorações espaciais e a vida nas colónias feitas no espaço e na Lua. Não deixa, contudo, de ser irónico que, após os anos 60 e 70, a exploração espacial tenha sido tão secundarizada que muitos se questionam, ainda hoje, se nós realmente devemos gastar quantidades industriais de dinheiro e recursos nela. O futuro que Kubrick imaginou em 2001 parece-nos, em 2022, ainda mais imaginativo e longe de acontecer do que quando o filme foi lançado. Porém, algumas coisas realmente aconteceram e são, hoje, quotidianas: é o caso das videochamadas e dos avanços extraordinários da robótica e da inteligência artificial, abordados ao de leve aqui. De entre os vários méritos deste filme, temos de destacar a extraordinária beleza visual, a forma como o director trabalhou com os efeitos visuais e especiais e o excelente trabalho de câmara. Numa altura em que o CGI era uma miragem longe de passar pela mente de um cineasta, este filme dá-nos imagens e visuais que parecem ter sido feitos este ano. O filme simplesmente não envelheceu um só dia: temos imagens límpidas, luz e pormenores magnificamente trabalhados, efeitos sonoros excelentes, uma cinematografia de fazer inveja a muitos filmes do século XXI e, nota importante, uma banda sonora magnífica onde “Danúbio Azul” e “Assim Falava Zaratustra” se destacam ao ouvido, ajudando a popularizar estas melodias até hoje. Apesar destes méritos indiscutíveis, eu penso que este filme merece entrar na lista dos filmes mais sobrevalorizados que já vi. E isto deve-se, em boa parte, a tudo o resto que eu não disse, e que é essencial num bom filme. Comecemos pela ausência de roteiro e ritmo horrível: por quase três horas, o filme arrasta-se de forma insuportável em cenas de grande beleza, mas sem nada a dizer. É verdadeiramente exasperante. Os únicos momentos em que o filme realmente ganha interesse dão-se quando o supercomputador da nave se volta contra os astronautas, e até esse segmento parece solto, como se o roteiro fosse uma colcha de retalhos. As alusões a alienígenas também não me fascinaram, é um cliché regular quando se faz um filme ambientado no espaço. Um ponto que também não ajudou é a falta de bons actores, ou de algum trabalho decente para eles fazerem, e o facto de Kubrick nos mostrar a vida nas estações espaciais como se fosse uma estadia num hotel de luxo. E o que dizer da extraordinária sensação de arrogante presunção que o filme transmite? Nós é que temos de reconhecer se o filme é bom, não pode ser o filme a dizer-nos isso a cada minuto!

Escrita em 19 de Maio de 2023

**2001: Uma Odisseia no Espaço" Tecnologia, filosofia e desinteresse** Um filme verdadeiramente revolucionário no que diz respeito aos efeitos especiais, até hoje, após mais de cinco décadas, seus efeitos visuais continuam surpreendendo e impressionando o público. Mas o ritmo lento e contemplativo foi um grande desafio para mim, já que a trama se desenrola em um ritmo pausado e com poucos diálogos. A abordagem minimalista e enigmática adotada por Kubrick, embora intencional e coerente com a proposta do filme, pode exigir paciência e dedicação, e me desapontou bastante. As 2 horas e 28 minutos de duração se tornaram extremamente exaustivas, a contemplação acabou se transformando em desinteresse, e tudo o que eu queria era que o filme acabasse logo. Apesar disso, é inegável que "2001: Uma Odisseia no Espaço" é um filme revolucionário no campo dos efeitos especiais, visualmente surpreendente e com um apelo estético que se mantém mesmo décadas após seu lançamento. No entanto, sua narrativa exaustiva e história pouco cativante são grandes obstáculos, o que me leva a considerar que esse filme é supervalorizado.

Marte

Marte

Escrita em 3 de Abril de 2024

Demorei quase 26 anos para assistir 2001: Uma Odisseia no espaço. Algumas pessoas me prometeram que ia ser um dos melhores filmes da minha vida, outras já avisaram que ia ser chatão, e eu não fui com nenhuma expectativa, nem positiva, nem negativa. Algumas percepções minhas: 1. Não achei tão chato como algumas pessoas alegam ser. Realmente, é um filme longo, com alguns períodos parados, em que contemplamos certos aspectos filosóficos sozinhos. Mas a curiosidade de saber o que acontece no final foi um ótimo motivo para seguir com o filme, e não me forcei. 2. Os efeitos especiais merecem sim todos os aplausos, principalmente por terem sido feitos em 1968, quando CGI era só um sonho de uma noite de verão. Até que me diverti tentando imaginar como umas cenas foram gravadas. E a fidelidade do filme às leis da física também foi algo impressionante, já que em 1968 o ser humano sequer havia pisado na Lua ainda. 3. A trilha sonora não me impactou tanto quanto outras pessoas se sentiram impactadas. 4. Em termos de narrativa, achei no geral pouco instigante, talvez por que esteja vendo em 2024 e o gênero de ficção científica já passou por vários episódios. A parte que gostei mais foi a trama do HAL 9000. Aliás, o que houve de criatividade na ambientação do espaço futurista faltou na percepção de gênero e raça. É possível que em uma sociedade tão tecnológica ainda haja machismo e racismo, mas cacete, TODAS as mulheres em posição de secretaria? "Poxa, nenhuma negra?" Isso frustra um pouco 56 anos após o lançamento (e é óbvio que estou observando com olhar anacrônico, estou ciente, mas estou só relatando meus sentimentos). 5. O final não foi tão inspirador pra mim, na verdade não entendi direito, e de todas as resenhas de outras pessoas, pareceu que elas também não entenderam. Vida que segue. No geral, um bom filme por critérios técnicos, a narrativa é legal, principalmente as questões envolvendo o HAL 9000, que eu acho que foram simplesmente mortas na metade final - e isso foi broxante! O final estragou. De qualquer forma, avaliei com um sólido 8 pela importância história e pelos pontos altos que relatei.