Três Homens em Conflito
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Três Homens em Conflito (1966)

22/12/1966 Faroeste 2h 43min

85%

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Para três homens a Guerra Civil não foi um inferno. Era prática.

Sinopse

Durante o auge da Guerra Civil, um misterioso pistoleiro vaga pela fronteira do oeste. Ele não possui um lar, lealdade ou companhia... Até que encontra dois estrangeiros, que são tão brutos e desapegados quanto ele. Unidos pelo destino, os três homens juntam suas forças para tentar encontrar uma fortuna em ouro roubado. Mas trabalho em equipe não é uma coisa natural para voluntariosos pistoleiros, e eles logo descobrem que seu maior desafio é concentrar-se em sua perigosa missão — e em manterem-se vivos — atravessando um país arrasado pela guerra.

Sergio Leone

Diretor

Alberto Grimaldi

Produtor

Luciano Vincenzoni

Roteirista

Age

Roteirista

Scarpelli

Roteirista
Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 4 de Junho de 2023

**Um dos melhores, mais famosos e mais icónicos ‘Westerns’ de sempre. Mais do que um clássico, é um filme obrigatório.** Eu não sou perito nem quero parecer, mas penso que este é dos filmes ‘western’ mais famosos de sempre, apesar de ser filmado por um director italiano e ser um filme mais europeu do que norte-americano. Sérgio Leone foi um dos directores mais notáveis do seu tempo e deixou-nos, neste filme, uma das suas obras-primas. Este é um daqueles filmes que é quase perfeito. Os problemas e falhas são escassos e residem em detalhes são mínimos que acabam por não fazer diferença substancial no trabalho global. A história foi muito bem escrita e ambienta-se em meio à Guerra Civil Americana, um tempo em que a violência era basicamente parte do dia-a-dia. Em meio a este ambiente de violência e de mútuas desconfianças, dois homens procuram um tesouro que foi enterrado num cemitério: as dificuldades residem no facto de que cada um conhece apenas uma parte da localização (isto é, um sabe em que cemitério está, mas não sabe em que campa, e o outro sabe que campa é, mas não sabe em que cemitério está) e existe um terceiro homem, um assassino temível, disposto a tudo para descobrir o que eles sabem e levar o ouro todo para casa. Para este filme, Leone juntou um elenco bastante razoável, maioritariamente europeu, e ainda três grandes actores norte-americanos com enorme talento: Clint Eastwood, Eli Wallach e Lee Van Cleef. Creio que os três souberam, cada um por seu lado, aproveitar o filme da forma mais inteligente e hábil, dando-nos um trabalho verdadeiramente notável. Para os três actores, este filme é o melhor trabalho cinematográfico da carreira, ou um dos melhores, imortalizando-os e consagrando-os como grandes actores do género ‘Western’. O filme, contudo, parece dar mais e melhores oportunidades a Wallach. Ao ver o filme, fiquei com a sensação de que é o actor que recebe mais atenção e melhor material, além de ter sabido improvisar nos momentos certos e de formas criativas e inteligentes. O filme tem grande beleza visual, acentuada pela cinematografia, pelo trabalho de filmagem e pela escolha e concepção criteriosa dos cenários e figurinos. Num tempo em que a recriação histórica correcta dos lugares era algo que o cinema às vezes ignorava de modo gritante, este filme fez o oposto, dando-nos uma visão realista e crível do passado e situando o filme, de uma forma muito segura, num lugar e época concretos. Não digo que foi um esforço cem por cento bem sucedido, mas foi sem dúvida um passo decisivo na direcção correcta, quando falamos em filmes de época. Os efeitos especiais e visuais são excelentes, o melhor que havia então, e todo o filme tem um ar épico, grandioso e caro. É, também, um filme longo, com quase três horas de duração, mas com um trabalho assim vale a pena não ter medo e nem desistir deste filme por culpa disso. Sendo um filme ‘Western’, é bastante evidente que temos muita violência, pelo que não é um filme para crianças. Mesmo assim, não é uma violência gratuita. Por fim, devemos a Ennio Morricone uma saudação pela excelente banda sonora composta para este filme. Entre o seu vastíssimo trabalho, esta não é a minha preferida e nem a melhor, mas é, sem dúvida, uma das mais reconhecíveis e icónicas, uma música que nós sabemos, mesmo sem termos visto este filme, e que passou a ser parte da nossa memória colectiva. Não podemos pedir mais que isso.