O Clube do Crime das Quintas-Feiras (2025)

Pedro Quintão

Escrita em 28 de Setembro de 2025

The Thursday Murder Club tinha tudo para ser um sucesso dentro do género “murder mystery”: um realizador experiente como Chris Columbus, um elenco de luxo composto por Helen Mirren, Pierce Brosnan, Ben Kingsley e Celia Imrie, e um conceito aparentemente divertido e intrigante. No entanto, ficou longe das expectativas. Não é fraco, pois cumpre o básico do entretenimento e consegue segurar a nossa atenção, mesmo que dificilmente nos envolva e seja capaz de nos empolgar. Em vez de nos fazer especular, ligar pistas ou ficar ansiosos pela revelação, a narrativa vai-se desenrolando de forma quase automática, sem grandes surpresas ou momentos impactantes. É aqui que a comparação com Knives Out ou até mesmo com adaptações de Agatha Christie se torna inevitável. Rian Johnson conseguiu reinventar o género com ousadia, ritmo e personagens memoráveis, enquanto Columbus parece ter optado por um caminho demasiado seguro e até preguiçoso. O filme tem um tom leve e não parece ter grandes aspirações. O elenco é, sem dúvida, o ponto mais chamativo, mas infelizmente pouco aproveitado. Todos parecem limitados por um guião que nunca lhes dá o devido espaço para brilharem. As personagens são bidimensionais e não têm aquela profundidade ou excentricidade que tornam este género tão bom. E atenção, saliento que não é culpa dos atores, mas sim, uma limitação da escrita. Visualmente, a cinematografia é demasiado convencional, sem um toque distintivo que pudesse dar personalidade à obra. A direção de arte e os cenários parecem escolhidos para serem “seguros”, quase como um cartão-postal bonito mas sem alma. A música também não ajuda muito, pois raramente cria tensão ou dá mais peso dramático ao enredo. The Thursday Murder Club é um filme que entretém e é fácil de assistir, mas não traz nada de memorável. Quem gosta de murder mysteries mais ousados, com plot twists inteligentes e personagens marcantes, vai sentir que este título é quase como um “murder mystery da Temu”. Chris Columbus já mostrou em vários momentos da sua carreira que sabe contar boas histórias e dar vida a filme cozy e marcantes, mas aqui parece ter jogado demasiado pelo seguro. Talvez funcione para quem procura apenas uma distração rápida, mas para quem esperava mais, é inevitável sentir um sabor agridoce.